sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Uma das coisas que aprendi com minha vó é que fazer faxina é essencial.
Você começa abrindo grandes e velhos armários antigos e despeja tudo no chão, olha bem para a bagunça de gavetas abertas e roupas que não cabem e começa a trabalhar.
Primeiro sentimos nostalgia pois vemos aquele vestido azul de lindas flores que cabia tão bem, olhamos aquele quadro que nos foi dado de presente e por fim achamos aquele anel dourado que nos trazia um certo ar de realeza.
Limpar gavetas é também limpar a alma, é deixar para trás o passado e abrir as portas para um futuro que se apresenta.
Sempre temi arrumações, porque no fundo eu sabia que abrir mão do passado era um ritual de passagem muito dolorido, por diversas vezes me agarrei aos cobertores coloridos, ursos de pelúcia e cartas amareladas.
O medo de jogar a poeira do que não servia tomava conta de mim ao me desfazer das velhas roupas que não cabiam mais, como  historiadora por profissão e alma me agarrava aquele passado que existiu em meu faz de conta.
Mas, hoje me empodero dos conhecimentos longínquos e limpo os armários, abro as janelas e brado pelo sol que se descortina no amanhã, abro mão da sensação de controle e escancaro as portas para vida, sejam bem vindos o presente e o futuro!

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