quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A música

Aquela mesma estrofe da música ficou tocando dentro da minha cabeça, mas eu não estava tremula como normalmente eu fico, meu coração não batia ritmado, nem mesmo conseguia suar, nem mesmo chorar eu conseguia.
Tinahm apenas argumentos sólidos, coerentes saindo da minha boca, passei quarenta minutos ou mais dentro de uma razão desconhecida, arguindo com certo brilhantismo o porque  meu posicionamento deveria ser seguido.
A música continuava...
Uns olhos abaixavam e sentiam vergonha, porém os meus sentiram coragem fosse para arrumar as malas e dar adeus a certos planos feitos em segredo. Não me senti acuada ao dar a cartada final, agi com uma coragem que não cultivava a meses, contudo ali em alguns breves segundos algumas pequenas lágrimas escaparam furtivamente, elas não vieram soluçadas, barulhentas, escaparam e molhram o rosto, o meu rosto, a camiseta onde encostei meu rosto pra te dar um abraço e dizer que seria muito mais esperto e corajoso você ficar. daí eu pensava sobre um texto lido na internet, em que um cara pedia para garota ficar, oferecendo tudo que ele tinha, pensei em oferecer, biscoitos, abraços até silêncio, mas foi um pensamento preso.
Maldita música para de tocar!!!!
Como uma reunião ao final, apresentei mais argumentos, não que isso fosse uma discussão politica, mas agi como se fosse, como se eu tivesse que convencer alguém do centro a vir pro lado esquerdo, não politico, o do peito, onde aquele musculo estava ali batendo, com uma paz forjada.
Finalmente abri os portões e você foi embora, ali já não existia mais o que fazer, fui te maldizer, mostrar minha coragem para os outros, contar sobre o ultimato, dizer que eu sobreviveria, mas querendo ouvir dizer que você não ficaria sem mim.
Fui ouvir a música, nem uma lágrima, fui tentar escrever você já tinha atravessado o portão, com passos mansos sem ser notado. Sorri você me agradou, me acalentou, colocou no colo. Todavia, você tinha saído, a zabumba começou a tocar novamente, sai sem rumo, quando voltei você  ainda estava lá, com a droga das suas mãos que me rendem.
Você voltou, mas não veio por completo, seu corpo dizia que você estava lá e nunca iria embora, mas sua boca essa, sempre muito racional... Ficamos, estamos, levamos, almoçamos, tocamos, agora estamos, quero muito estar, ficar assim com certeza, sem medo.
A música falava sobre indecisão.