segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Feitiço do Samba


Quem nasce lá na Vila Nem sequer vacila Ao abraçar o samba Que faz dançar os galhos,Do arvoredo e faz a lua, Nascer mais cedo.

Com um trecho de uma das composições de Noel Rosa começa mais uma segunda-feira, que logo pela manhã, graças uma possivel produção, os dias são repletos do doce som do samba.

O samba foi considerado o gênero musical que representa o país, em uma incessante busca no ínicio do século XX por uma identidade nacional, o samba foi eleito como um dos representantes culturais do povo brasileiro. E esse ritmo não nasce apenas nos morros como muitas vezes é citado, ele pode sim representar uma camada popular, mas também demonstra um diálogo entre diversas classes. O samba não é restrito ele acolhe todos àqueles que o apreciarem.

Os temas são diversos, e podem narrar histórias com seridade e humor, podem falar de amor, ou da falta dele, ou simplismente cantar a malandragem, tema recorrente para cantores como Bezerra da Silva. O samba é democrático e permite que todos se sintam livres para cantar e compor.

É curioso notar o feitiço que ele exerce nos ouvidos, nas pernas e pés, mas principalmente no coração. Esse ritmo se escuta em casa , quando se vê o verde e o rosa, na roda,no botequim. Apenas consigo concluir que onde samba estiver eu também estarei.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Amor De Capitu?


"Amor de Capitu" esse é o titulo do livro, que Fernando Sabino escreveu, a obra literária é uma recrição do brilhante romance de Machado de Assis, Dom Casmurro, contudo Sabino narrou o romance na terceira pessoa, ou seja o narrador personagem Bentinho não conta a história apenas está presente como personagem. A leitura desse romance foi feita para contribuir na escrita de um artigo para a universidade, mas algumas duvidas sempre pairam em minha cabeça, quando discuto, ou penso na solidão do meu quarto sobre a história de Bento e Capitu.

Sim agora não falo mais como historiadora em potencial, mas apenas como leitora, sem pretensões cientificas ou outras quaisquer, apenas a duvida pela duvida, a discussão por esporte.... Me pego pensando será que essa traição suposta por Machado de Assis realmente aconteceu não seria ela uma visão esteriotipada sobre o comportamento de uma mulher. Muitas vezes fico com as falas de José Dias em minha cabeça, quando ele se refere a personagem como dissimulada, com olhos de ressaca, ou mesmo os pensamentos de Bento que sentia por Capitu um ciumes doentio, um sentimento de posse. Não cabe a mim fazer vitimas ou vilões já que creio que ninguém é dotado de plena bondade ou maldade. Todavia, em muitos momentos sinto que Capitolina por seu comportamento incomum, sua curiosidade foi alvo de julgamentos.

Recomendo a leitura de "Amor De Capitu", com a ausencia desse narrador, que dialoga com o leitor e muitas vezes nos influencia a criar uma duvida sobre a lealdade da personagem desde e começo da leitura, em nenhum momento pretendo discutir o brilhantismo machadiano, contudo essa duvida sobre a intencionalidade de certas falas na obra me fazem pensar, sobre o que realmente aconteceu entre Bento, Capitu e Escobar.