quarta-feira, 13 de março de 2013

Fuga ao som de Roberto Carlos

Ando fugindo do sono, a cada vez que fecho os olhos apenas alguém aparece em um caminho, eu peço para voltar, mas sempre vou receber a tão esperada resposta salto da cama.
Ando fugindo da vida, não quero me manter acordada, o primeiro pensamento e o ultimo já tem proprietário, e não tento mais me enganar, a muito tempo o meu pensar não me pertence.
Ando ouvindo Roberto Carlos, ou qualquer outra música triste que me permita secar lágrimas discretas dentro do ônibus ou embaixo do chuveiro. As pessoas sentem cheiro de tristeza, mas me perfumo para disfarçar.
Ando choramingando pelos cantos as escondidas por não saber, ou não entender. Busco todos os dias uma teoria na sociologia e na antropologia, nos astros e na espiritualidade, nada nem ninguém consegue explicar porque as coisas se vão? se voltam?se saudades tem fim?
Todos os dias eu sinto falta do que foi do que poderia ter sido, sinto muita vergonha por ter escrito aquilo, sinto vergonha por entregar alguma coisa para alguém. Aquela foi a primeira carta e a ultima vez que eu entreguei o que me pertencia e já não pertence mais e muito menos sei se vou conseguir retomar o que é meu. Por que ninguém consegue me dizer quando esse prazo de validade estará findo? Por que eu ainda não entendi o proposito, se é que existe um proposito em toda essa choradeira às escondidas?
Será que eu deixei escapar tarde demais que eu já não me sentia mais dona de mim, que meus sentidos foram embora, que eu tenho escondido muito mais do que alguém imagina?
Eu tenho o lado esquerdo do corpo comprometido, procuro a cura, procuro esquecer, mas todos os dias tento esconder o que quer seja, mas todos os dias acordada ou não existe alguém do outro lado de uma trincheira.