domingo, 21 de abril de 2013

Para quem tem pés de bailarina...

Eu quero uma casa no campo.... opa não era bem isso que deveria ser dito agora, às vezes eu acho que eu entendo o que você quer, existe uma espécie de sintonia entre o que nós conversamos.
Não é que eu não queira uma casa no campo, gostaria muito, aliás eu tenho muitos desejos, eu quero muita coisa, muitas vezes meu unico desejo é ficar sozinha, não gostaria de um abraço, porque se não quem sabe uma lágrima rolasse.

Asssim como a senhora, eu também desejo alguém atencioso, para dividir um copo de água ou mesmo um de cerveja, que só para variar me levasse para dar uma volta com os cachorros, com quem os silêncios fossem confortaveis.
Eu sei bem que fazia um tempão que a gente não se via, que a principio eu fiquei um pouco cheia de dedos para falar com você, mas Deus como eu sentia saudades!!!
Sei também que a gente gosta de se degladiar, que quando você está de TPM é o diabo de saias, mas também sei que eu não ligo, que cada tapa é necesário, porrada de amor não dói, mentira dói sim, contudo são necessárias para as coisas funcionarem.
Você pode achar uma grande maluquice da minha parte, você pode estar achando esse texto uma merda, um erro,  eu não estou nem aí... sei que você mais do que qualquer outro ser humano acredita na mudança de certas coisas, e nem quero apelar para discussões acadêmicas...
Sorri muito ao ver a senhora sorrir, saber que você ainda dança muito bem, que você ainda é carnivora, que você é você mas um você melhor, mais madura, mais maneira, mais Radical Chique, que ainda tem ares de Paris, e sorrisos abrasileirados muito peculiares.
Nem sei o motivo, mas me deu vontade de publicizar o quanto essa visita foi importante, o quanto certas conexões são legais, queria dizer que etsmaos ai, para te dar um tapinha nas costas e dizer que se não quiser uma casa no campo tudo bem, acho que você poderia morar em um apartamento em Paris ou mesmo em bangalô em Jeriquaquara, porque para você mais do que para qualquer outro a felicidade cai bem!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Pertencimento

Você me deixou fazer as malas, me deixou andar em direção oposta, eu ainda esperei por um retorno, minha bagagem ficava ali a disposição para correr em sua direção, sem pestanejar eu cruzaria o país, cruzaria o Atlântico, entraria em um pequeno bote e remaria até não ter mais forças. Com o tempo eu desfiz as malas, acomodei os vestidos, reorganizei tudo em seu lugar, mas o lugar ainda não era esse.
Você ainda insistia em não aparecer para dizer que se arrependeu, ou só para dizer que você leu com carinho minhas palavras, mas não foi bem assim você deu seguimento a sua exsitência, saiu com pessoas novas, conheceu novos bares, novos caminhos diferentes daqueles que passavamos cotidianamente, eu ainda insistia nas mesmas lembranças, nas mesmas vontades.
Eu bem que avisei um dia tudo vai passar, mesmo que eu saiba que essa noite minha cabeça foi sua, para acender mais uma esperança, para eu revirar suas fotos que estão guardadas, mesmo que eu ainda esteja escrevendo um texto ao som de uma música triste com som de piano que deprime e uma voz suave que faz meus olhos não suportarem, eu estou nascendo de novo.
Renasci, e nada irá me tirar o desejo de lutar por algo melhor, por um futuro de sorrisos e não mais de saudades escondidas.
Aquela mala que eu organizava para você dia após dia agora é minha, eu recoloquei uns cheiros, uns livros, umas roupas e umas músicas bacanas e tomei o caminho oposto. Eu atravessei um linha tênue para outro lugar, não foi apenas uma travessia geografica, foi também um tempo de travessia, uma transição para um outro plano ou melhor outros planos.
Eu ri de verdade (faz um tempão que não conseguia), eu ouvi outras músicas eu dancei, suei até não poder mais, eu abri meu coração para gente que eu conheço e que me conhece mais do que você. Eu dormi uma noite toda, comi em um restaurante com a companhia de amigos de longa data, fui a livrarias comprar presentes para mim, pintei minhas unhas e meus lábios de carmim, sabe para que?
Para que eu mesma olhasse e finalmente sorrir.
Segui outros caminhos, cheguei em outros caminhos, fui aceita com toda minha poesia e amor, vou  ser aceita por diversos motivos, reecontrei o que eu havia perdido por uma paixão burguesa (parafraseando um professor) meu caminho está sendo refeito em outra direção.
Se eu disse que ainda não doi ou não vai doer, seria mentira, ainda estou derramando lágrimas incessantemente, mas os tempos de travessia são assim mesmo, eu já consigo vislumbrar alegria por ter sentido outra boca, por ter seguido outro rumo, por me pertencer novamente.
E mesmo que eu tente relutar me pego pensando ás vezes o que você fará quando nem mesmo minhas noites de sono te pertençam?
Devagarinho você vira uma lembrança, ora dolorosa, ora feliz mas ainda uma lembrança.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Prosa e Poesia

Fui fazer auto análise, descobri coisas horriveis, não sou poética, não existe uma nesga se quer de Neruda em meus olhos, existe sim Pessoa em minha pele, mas meus olhos me pareceram janelas vazias, sem objetivos, sem rumos para seguir.
Fui olhar para o espelho e nada mais que o cabelos brancos a me seguir, nem uma canção, nem uma fábula, sem ensinamentos apenas as marcas da passagem do glorioso tempo, dos excessos.
Demasia em tudo, na paz, na raiva, na magua, na tristeza, na alegria, na força, na dor.
Esvaziei meus olhos, meus obejtivos, meus sonhos, minhas dores. Sobrou uma casca muito fina do que restou, em ano durante uma curta vida tudo foi levado ao maxímo, ao mínimo em segundos, em meses e muito pouco espaço percorrido.
Não existe mais nem um pouco de Vinicius em mim, não vejo volúpia nem beleza, nos meus cabelos que insistem em ficar ralos. Até mesmo o açucarado e algumas vezes vingativo buarquismo me deixou, penso em poesias, em frases de efeito, mas nada restou.
Quem sabe lá no fundo, por baixo de pele, carne e ossos, pode haver Florbela, mas nem lusos, argentinos, cariocas, podem explicar essa ausência em mim.
A revolução, as paixões teriam me deixado para trás? em mim nada de poesia muito menos cinematográfico, nenhuma obstinação a não ser a fuga. quem sabe eu precisasse de um toque de cinema europeu, ou memso de Almodóvar alguma vingança, algum amor, alguma vontade alguma explosão de Tyler Durden.
Aguardo a explosão, peço por ela, uma lágrima que brote dos meus olhos com o alívio ou mesmo com o conforto de boas saudades de Marina Abramovic, que meus olhos consigam ter o minimo da força dos olhos dos quadros e fotografias que eu tenho observado, que eu reencontre minhas paixões minhas poesias, que eu não tente recuperar apenas um poema, uma canção, que eu recupere meus olhos para enfim viver com um pouco de rima e sem essa prosa chata que anda me assombrando.