quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

sobre passado saudoso, idealizado e junto aos melhores amigos...

Eu passei uma manhã, uma tarde e uma noite olhando fotografias de um tempo passado, sempre me sentindo saudosa. Então achei de bom tom comprar uma garrafa de vinho branco e ouvir Bethânia olhando para os bichos no quintal, meu vizinho dedilhava ao piano Gardel.
Não comprei o vinho, já que afinal de contas eu nem gosto assim de vinho, pensei então em uma cerveja bem gelada com a mesma música, entretanto uma boa companhia cairia bem, nós poderíamos falar sobre a vida, filosofia, as novas formas de humor e último quadrinho do Batman, que cá entre nós é alucinante.
nem um nem outro preferi me esconder em meu quarto e fantasiar vendo alguns filmes.
Acredito que tenha percorrido muitos caminhos difíceis, mas nenhum deles é como agora e mais  não sei se estou fazendo as coisas certas, já que tenho dias de profunda tristeza que não consigo explicar muito menos disfarçar, é como se alguma coisa dentro de mim dissesse que tudo vai ficar bem, mas eu por mais que corra não chego a nada.
Essa deveria ser uma carta escrita a punho, postada para que você cheia de emoção e saudades lesse, me respondesse, para dizer que tudo vai ficar bem que eu devo me reerguer.
Lembrei das inúmeras prozas de bar, das tentativas de parar de fumar, de mudar de vida, de viajar, dos dias em que você me vestiu e me aprontou e me mandou viver, me disse que eu deveria ser mais sensível, ler mais e praticar mais esportes.
Pois é, ainda não consigo fazer muitas coisas, ainda fico preocupada com aqueles ao meu redor, mas ainda torno tudo difícil por temer que me vejam.
Acho que não sei passar batom ainda, nem combinar roupas, nem ter uma tarde olhando o céu de bobeira, acredito que isso iria me matar de medo.
Sinto tanto sua falta, queria tanto poder entrar naquele ônibus e ver alguns bons filmes e bater uns retratos aqui acolá, porque ainda não compreendo meu caminho. Me sinto tão solitária, tão sem chão. Desejo profundamente conversar com você, sair para discutir a fome, o feminismo, as relações humanas e as saudades, até a chata da Magalhães eu tenho ouvido só para me lembrar de como as coisas eram de como sobreviver a vida que tem me dado tanto pavor, tanto susto.
Deixo me abraço terno e um sentimento de imensas saudades daquele passado recente que idealizei, sobre os sonhos de felicidade e sucesso que compartilhamos, bons amigos, boa vida. Também deixo o desejo de voltar, quem sabe nós bateríamos papo e você conhecesse o moço com quem me permito ser doce e dormir tranquilamente.
Espero poder não só sobreviver, mas também viver novamente, ter planos para um dia que virá, que um dia a gente se visite para dividir o bom e ruim.

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