quarta-feira, 3 de abril de 2013

Prosa e Poesia

Fui fazer auto análise, descobri coisas horriveis, não sou poética, não existe uma nesga se quer de Neruda em meus olhos, existe sim Pessoa em minha pele, mas meus olhos me pareceram janelas vazias, sem objetivos, sem rumos para seguir.
Fui olhar para o espelho e nada mais que o cabelos brancos a me seguir, nem uma canção, nem uma fábula, sem ensinamentos apenas as marcas da passagem do glorioso tempo, dos excessos.
Demasia em tudo, na paz, na raiva, na magua, na tristeza, na alegria, na força, na dor.
Esvaziei meus olhos, meus obejtivos, meus sonhos, minhas dores. Sobrou uma casca muito fina do que restou, em ano durante uma curta vida tudo foi levado ao maxímo, ao mínimo em segundos, em meses e muito pouco espaço percorrido.
Não existe mais nem um pouco de Vinicius em mim, não vejo volúpia nem beleza, nos meus cabelos que insistem em ficar ralos. Até mesmo o açucarado e algumas vezes vingativo buarquismo me deixou, penso em poesias, em frases de efeito, mas nada restou.
Quem sabe lá no fundo, por baixo de pele, carne e ossos, pode haver Florbela, mas nem lusos, argentinos, cariocas, podem explicar essa ausência em mim.
A revolução, as paixões teriam me deixado para trás? em mim nada de poesia muito menos cinematográfico, nenhuma obstinação a não ser a fuga. quem sabe eu precisasse de um toque de cinema europeu, ou memso de Almodóvar alguma vingança, algum amor, alguma vontade alguma explosão de Tyler Durden.
Aguardo a explosão, peço por ela, uma lágrima que brote dos meus olhos com o alívio ou mesmo com o conforto de boas saudades de Marina Abramovic, que meus olhos consigam ter o minimo da força dos olhos dos quadros e fotografias que eu tenho observado, que eu reencontre minhas paixões minhas poesias, que eu não tente recuperar apenas um poema, uma canção, que eu recupere meus olhos para enfim viver com um pouco de rima e sem essa prosa chata que anda me assombrando.

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