Caixinha de concreto, bem fechadinha, açucar vagabundo grudando nos dentes, quadros velhos, papeis, avisos bilhetes, agendas, cartas de amor escritas pela metade, livros rabiscados, músicas melancolicas. Caixa de concreto de brincar de se esconder, o mundo lá fora nessa semana anda mais estranho que o normal, mais perigoso e também mais triste... o que traz além de tudo isso aquela carencia, aquele nervosismo, o trabalho te faz chorar, o filme te faz chorar, as balas e pirulitos chegam ao fim, vontade de chorar.
Los Hermanos e os tipinhos são a trilha sonora dos dias que pedem muito sono, muito afago, muitos milhares de cigarros, bem acompanhados de boa bebida e devaneios...mas apenas os doces são permitidos.
Confusão em tudo sobre o que vai e o que fica, sobre quem vai e quem fica, sobre a fome, sobre os processos educacionais, sobre a morte que vem assombrando quem deveria ficar mais, sobre os índios injustiçados, sobre as cidades onde morar, sobre carreira, sobre saúde, sobre se sentir só, sobre o estado laico, sobre apego, sobre o cartão, sobre as viagens, sobre definições, sobre perdão, sobre surpresas, sobre rotulos, sobre viagens, sobre como me comportar com você, com o mundo.
A caixinha de concreto lotada com o breve espaço de viver, ursos velhos, livros novos e mofados, roupas que nunca usei, cortinas que não gosto, bandeiras que gostaria de colocar, cama vazia que já foi espaço de amar e que quer ser espaço de amar. Espelho para qual não se olha, telefone que não toca, pesquisa que acumula, mas é na caixinha que me sinto segura.
Semana de confusão. Chega quietude por favor!!!! quietude para alojar tudo nas malas, caminhar, entrar no carro, ter devaneios e escrever no diario, chegar, trocar de quarto, cozinhar, tornar a amar, mas tudo em ritmo lento, amavel, de tranquilidade, sem ter que olhar as grades vazias de céu, sem sono pesado.
Sono bom, de encaixe de lego, cheio de paz, passa semana que não quero ser refém dessa angustia, passa semana, passa angustia que não quero ser refém do tempo, nem de ninguém, passa semana que eu sei que tudo irá se acalmar, meu time terá mais uma vitória, os doces não vão sumir, meus amigos vão melhorar e cama vai ser de novo espaço de amar.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Ponta dos pés para fazer charme
Atire a primeira pedra quem nunca contrariou o coração, eu os desafio!!!
Estava lendo Paulo Freire e dividindo meus pensamentos entre a educasção repressora e você, mesmo que você não tenha um terço da eloquencia freiriana, nem discuta coisas que fariam diferença no meu futuro, você foi o vencedor, mesmo que você tenha posições mercantis sobre a educação, mesmo que você não seja utopico, mesmo que desvie o olhar ao me admirar passeando pelo quarto nua.
Então eu estava ali, empolgada para dizer que as fotos tinham ficado belas, sorridentes e que eu queria mostrar para todo mundo que eu queria você pra mim. A negativa me deixou chateada e em minha defesa fiz uma piada de mal gosto, piada que emendei com milhões de ofensas, bem estruturadas, com meu melhor português, meus conhecimentos históricos ciêntificos e sociologicos, só para dizer que não me importava, e que aqui não existia uma mulher cosntruída com contos de fadas, aqui residia sim uma mulher de fibra, racional, moderna, que não acredita no amor como posse, uma mulher que nem sequer cre no amor. Mas, sim na ciência, na politica em um mundo melhor, aqui reside uma revolucionária que ignora dramas burgueses.
Passei dos limites aceitaveis, joguei pedras e paus para defender o que de mais bonito eu guardo no porão da minha alma, meu coração, já ferido desconfiado, mas que estava com gostinhos de gostar novamente.
Eu poderia apenas sorrir e fingir, ou me jogar e dizer:
- Ei vamos parando aiii, esse abraço agora se encaixa com o meu e ficaria triste se não fosse minha pecinha de lego......
Mas eu joguei a fruta podre, e fui grosseira, cinco segundos depois arrependida pedi desculpas, ao final com os olhos de choro balbuciei sozinha, eu me importo fica comigo, pra assistir pica-pau, pegar meu copo, me levar par almoçar, para me mandar sentar direito, para discordar de mim, para me abraçar e fazer aquela piada sarcastica, fica, só para eu poder andar nas pontas dos pés tentando fazer charme, fica porque eu simplismente quero que você fique me mandando comer, me falando sobre as maravilhas do sono, pra me olhar no banho, só fica, porque por fim eu admito eu admito eu gosto de você.
Estava lendo Paulo Freire e dividindo meus pensamentos entre a educasção repressora e você, mesmo que você não tenha um terço da eloquencia freiriana, nem discuta coisas que fariam diferença no meu futuro, você foi o vencedor, mesmo que você tenha posições mercantis sobre a educação, mesmo que você não seja utopico, mesmo que desvie o olhar ao me admirar passeando pelo quarto nua.
Então eu estava ali, empolgada para dizer que as fotos tinham ficado belas, sorridentes e que eu queria mostrar para todo mundo que eu queria você pra mim. A negativa me deixou chateada e em minha defesa fiz uma piada de mal gosto, piada que emendei com milhões de ofensas, bem estruturadas, com meu melhor português, meus conhecimentos históricos ciêntificos e sociologicos, só para dizer que não me importava, e que aqui não existia uma mulher cosntruída com contos de fadas, aqui residia sim uma mulher de fibra, racional, moderna, que não acredita no amor como posse, uma mulher que nem sequer cre no amor. Mas, sim na ciência, na politica em um mundo melhor, aqui reside uma revolucionária que ignora dramas burgueses.
Passei dos limites aceitaveis, joguei pedras e paus para defender o que de mais bonito eu guardo no porão da minha alma, meu coração, já ferido desconfiado, mas que estava com gostinhos de gostar novamente.
Eu poderia apenas sorrir e fingir, ou me jogar e dizer:
- Ei vamos parando aiii, esse abraço agora se encaixa com o meu e ficaria triste se não fosse minha pecinha de lego......
Mas eu joguei a fruta podre, e fui grosseira, cinco segundos depois arrependida pedi desculpas, ao final com os olhos de choro balbuciei sozinha, eu me importo fica comigo, pra assistir pica-pau, pegar meu copo, me levar par almoçar, para me mandar sentar direito, para discordar de mim, para me abraçar e fazer aquela piada sarcastica, fica, só para eu poder andar nas pontas dos pés tentando fazer charme, fica porque eu simplismente quero que você fique me mandando comer, me falando sobre as maravilhas do sono, pra me olhar no banho, só fica, porque por fim eu admito eu admito eu gosto de você.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Superlativos
Muito sonolenta, cambaleando horrores, bocejando em demasia, com aquela preguiça sofrível, muitos superlativos naquela manhã, que teve início com a voz de nada mais nada menos do que do adoravel banco que me leva cifras e mais cifras todo mês. Esse parecia um dia de gato de desenho, pancada em cima de pancada.
Resolvida a ter um transcorrer de tempo de silêncio e calmaria, julguei que a filosofia de mão no teto e chão no pé me livraria daquela sensação de efeito de sedativos, momentaneamente me animei, vi os olhos brilhantes de Anita no quintal, as gordurinhas do pescoço do Leon ali sorrindo pra mim. Arrastei meu traseiro de uma cama para outra e passei para a fase musical determinante do dia, a saudosista, adolescente... um cigarro em cima do outro, estômago zerado.
Água caindo morninha, Alcione e seu sufuco ao fundo. Mais algumas tragadas sentada no sol, "Da Janela" a retumbar... passou a vida prática deveria se iniciar, quem tem tempo de se lamentar pelo que nem sabe?
Uma rua, outra rua, muito mal humor, a esplendida cama novamente, como ela é aconchegante, o pacote de balas mágicas da Dona Tereza ao lado, pintar as unhas dos pés de vermelho, para dar vigor, as mãos mereciam atenção.
Ufa, acabou o dia se foi, sexta-feira tem massagem, cerveja, som alto, brincadeira de cozinha, Stella, tem aquela cama novamente. Antes tem aula, poema do Castro Alves com Jorge Ben, discussão de futebol.
E no fim do dia tentando juntar palvras eu descobri o que me levou a tantos superlativos ruins, a ansiedade, da espera, do beijo, do abraço, da cama ocupada, da companhia para cerveja, das pernas entrelaçadas, dos silêncios desconfortaveis e confortaveis.
Resolvida a ter um transcorrer de tempo de silêncio e calmaria, julguei que a filosofia de mão no teto e chão no pé me livraria daquela sensação de efeito de sedativos, momentaneamente me animei, vi os olhos brilhantes de Anita no quintal, as gordurinhas do pescoço do Leon ali sorrindo pra mim. Arrastei meu traseiro de uma cama para outra e passei para a fase musical determinante do dia, a saudosista, adolescente... um cigarro em cima do outro, estômago zerado.
Água caindo morninha, Alcione e seu sufuco ao fundo. Mais algumas tragadas sentada no sol, "Da Janela" a retumbar... passou a vida prática deveria se iniciar, quem tem tempo de se lamentar pelo que nem sabe?
Uma rua, outra rua, muito mal humor, a esplendida cama novamente, como ela é aconchegante, o pacote de balas mágicas da Dona Tereza ao lado, pintar as unhas dos pés de vermelho, para dar vigor, as mãos mereciam atenção.
Ufa, acabou o dia se foi, sexta-feira tem massagem, cerveja, som alto, brincadeira de cozinha, Stella, tem aquela cama novamente. Antes tem aula, poema do Castro Alves com Jorge Ben, discussão de futebol.
E no fim do dia tentando juntar palvras eu descobri o que me levou a tantos superlativos ruins, a ansiedade, da espera, do beijo, do abraço, da cama ocupada, da companhia para cerveja, das pernas entrelaçadas, dos silêncios desconfortaveis e confortaveis.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Quadrinhos, Neruda, Museus e Roças
Em um domingão bem cheio de tédio, já com as orelhas cheias de macarrão, pensando sobre a ausência e a monotonia, me vislumbrei morando em uma casinha no interior, em trabalho moderadamente satisfatório. Quem sabe poderia ter um marido diferente de mim, que pegasse me meus cabelos de vez em quando e me parabenizasse pelas plantas do jardim bem cuidadas. Um grupo de amigas para falar sobre o crescimento dos filhos. Me senti confortável, pensei que essa seria e é para muita gente uma boa escolha, (não pretendo menosprezar a vida de ninguém, cada um é feliz a sua maneira).
Uns dias depois fui inquerida sobre o tal assunto, automaticamente respondi:
- Minha educação teve outro foco, meu objetivo é um Doutorado!
A conversa parecia encerrada, mas a minha mente inquieta e chata deu continuidade a conversa, mais precisamente ao monólogo. Não queria só o título, minha existencia precisava de tanta coisa.
Então enumerei alguns objetivos, iniciei um diário e voltei a escrever cartas, durante algum tempo isso me bastou.
Durante as navegações mundo a fora, conversas de Brahma... tornei ao assunto comigo mesma e conclui. Não poderia viver só com aquele filtro de barro, as plantas no quintal. E meus livros de poesia, meus postais, minhas viagens e os discos e quadrinhos com um bruta cheiro de mofo e as pessoas de outros mundos?
Tem gente que vai dizer você veio no mundo a passeio?
Pois respondo sem medo de errar e vim ao mundo porque sou uma grande xereta, curiosa, intrometida, ciganinha... que gosta de ir de um lugar ao outro fisica ou mentalmente.
Outro dia numa proza muito rápida com minha amiga das unhas dos pés coloridas, disse poxa vida tenho uma queda pela novidade, pelo diferente e acho que você também, deveriamos aprender muitas coisas.... Ela me incentivou a ir.... buscar o que eu quizer
Decidi que vou aprender muitos idiomas (para dar bom dia, ou dizer que gosto, ou para ler obras originais), vou fazer um curso de fotografia, pois captar tudo aquilo é demais e tenho muitas cenas na minha cabeça, vou fazer um curso de culinária para entreter as bocas de quem tenho apreço, vou visitar muitos museus, roças, cachoeiras, países exoticos, praias. Vou aprender a dançar tango, vou estudar a história da música, antropologia, sociologia, vou fazer o doutorado sim!!! vou fazer tudo ao mesmo tempo, vou xeretar por aí, e ainda vou ter uma casa com filtro de barro, plantas, quadrinhos, Neruda, Saramago, Chico, Janis Joplin, Nação, fotografias do Sebastião Salagado, animais, e muita, mais muita história para contar e se ele quizer vir junto, será bem vindo, os lençois e a cama já tem o formato dele, cozinhar e dizer em várias outras línguas o quanto ele me diverte e é quentinho... ele pode vir quando quizer no meu infinito não tão particular ele é aceito no meu ócio, na minha cama de cobertores laranjas...
Eu vou agarrar tudo isso, mas se quizer minha mão está estendida para ele vir junto e me dar um pouco de chão nas nuvens em que vivo...
Uns dias depois fui inquerida sobre o tal assunto, automaticamente respondi:
- Minha educação teve outro foco, meu objetivo é um Doutorado!
A conversa parecia encerrada, mas a minha mente inquieta e chata deu continuidade a conversa, mais precisamente ao monólogo. Não queria só o título, minha existencia precisava de tanta coisa.
Então enumerei alguns objetivos, iniciei um diário e voltei a escrever cartas, durante algum tempo isso me bastou.
Durante as navegações mundo a fora, conversas de Brahma... tornei ao assunto comigo mesma e conclui. Não poderia viver só com aquele filtro de barro, as plantas no quintal. E meus livros de poesia, meus postais, minhas viagens e os discos e quadrinhos com um bruta cheiro de mofo e as pessoas de outros mundos?
Tem gente que vai dizer você veio no mundo a passeio?
Pois respondo sem medo de errar e vim ao mundo porque sou uma grande xereta, curiosa, intrometida, ciganinha... que gosta de ir de um lugar ao outro fisica ou mentalmente.
Outro dia numa proza muito rápida com minha amiga das unhas dos pés coloridas, disse poxa vida tenho uma queda pela novidade, pelo diferente e acho que você também, deveriamos aprender muitas coisas.... Ela me incentivou a ir.... buscar o que eu quizer
Decidi que vou aprender muitos idiomas (para dar bom dia, ou dizer que gosto, ou para ler obras originais), vou fazer um curso de fotografia, pois captar tudo aquilo é demais e tenho muitas cenas na minha cabeça, vou fazer um curso de culinária para entreter as bocas de quem tenho apreço, vou visitar muitos museus, roças, cachoeiras, países exoticos, praias. Vou aprender a dançar tango, vou estudar a história da música, antropologia, sociologia, vou fazer o doutorado sim!!! vou fazer tudo ao mesmo tempo, vou xeretar por aí, e ainda vou ter uma casa com filtro de barro, plantas, quadrinhos, Neruda, Saramago, Chico, Janis Joplin, Nação, fotografias do Sebastião Salagado, animais, e muita, mais muita história para contar e se ele quizer vir junto, será bem vindo, os lençois e a cama já tem o formato dele, cozinhar e dizer em várias outras línguas o quanto ele me diverte e é quentinho... ele pode vir quando quizer no meu infinito não tão particular ele é aceito no meu ócio, na minha cama de cobertores laranjas...
Eu vou agarrar tudo isso, mas se quizer minha mão está estendida para ele vir junto e me dar um pouco de chão nas nuvens em que vivo...
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