quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Superlativos

Muito sonolenta, cambaleando horrores, bocejando em demasia, com aquela preguiça sofrível, muitos superlativos naquela manhã, que teve início com a voz de nada mais nada menos do que do adoravel banco que me leva cifras e mais cifras todo mês. Esse parecia um dia de gato de desenho, pancada em cima de pancada.
Resolvida a ter um transcorrer de tempo de silêncio e calmaria, julguei que a filosofia de mão no teto e chão no pé me livraria daquela sensação de efeito de sedativos, momentaneamente me animei, vi os olhos brilhantes de Anita no quintal, as gordurinhas do pescoço do Leon ali sorrindo pra mim. Arrastei meu traseiro de uma cama para outra e passei para a fase musical determinante do dia, a saudosista, adolescente... um cigarro em cima do outro, estômago zerado.
Água caindo morninha, Alcione e seu sufuco ao fundo. Mais algumas tragadas sentada no sol, "Da Janela" a retumbar... passou a vida prática deveria se iniciar, quem tem tempo de se lamentar pelo que nem sabe?
Uma rua, outra rua, muito mal humor, a esplendida cama novamente, como ela é aconchegante, o pacote de balas mágicas da Dona Tereza ao lado, pintar as unhas dos pés de vermelho, para dar vigor, as mãos mereciam atenção.
Ufa, acabou o dia se foi, sexta-feira tem massagem, cerveja, som alto, brincadeira de cozinha, Stella, tem aquela cama novamente. Antes tem aula, poema do Castro Alves com Jorge Ben, discussão de futebol.
E no fim do dia tentando juntar palvras eu descobri o que me levou a tantos superlativos ruins, a ansiedade, da espera, do beijo, do abraço, da cama ocupada, da companhia para cerveja, das pernas entrelaçadas, dos silêncios desconfortaveis e confortaveis.

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