A toalha de mesa com fundo amarelo, com flores para decorar, o calor era sufocante, as lágrimas correntes, não conseguia erguer a cabeça para dizer ou sequer para encarar a vergonha que eu carregava, por estar sentindo tudo aquilo.
Dias atrás eu vesti preto, pressentindo que era um dia de luto, dia matar alguma coisa em mim, mas no dia de luto nada de lágrimas, nada de ressentir, nada de brigar, até piada ao redor daquilo que morreu aconteceu, quem sabe aquela do português podia rolar.
Nos outros dias criei alguma esperança, continuei com muitas piadas, sempre rodeada, bem pintada, bem vestida, bem mascarada. Sentia tanta falta que preferia esconder, algumas madrugadas sem sono,lembrando os filmes, os risos, suas malditas mãos macias, que me deixavam inquieta, com o coração a mil entre a boca e o peito.Seu nome estava em todas as bocas, quando eu fingia ria, quando eu gritava e pedia silêncio.
O tempo se arrastou, ganhei apoio, perguntas, canções, menos quilos, menos sono. A cama se tornou espaço de tortura, enquanto eu rolava e evitava recordar.
Depois de algum tempo aliviei meu peito, primeiro perguntei depois afirmei, se alguém tem o direito de criar um espaço dentro de mim, pra depois se mudar e não deixar um bilhete, sem regar as flores, alimentar o cachorro. Alguém chega muda a disposição dos talheres, quebra os copos americanos, deixa a tv ligada e os pratos na pia, sai sem dar aviso, leva o que de melhor você tinha, seus livros preferidos, seus poemas, seus perfumes e deixa só aquilo que você não quer lembrar.
Meu corpo adoeceu, sofreu, sofre, queima, esconde nas gavetas.
Chegou o tempo de seguir em frente? teria você seguido em frente, comprado xícaras para tomar café? cortou os cabelos? estudou? trocou aquela cara preguiçosa das manhãs?
Lembrei que você adora dormir no silêncio e no escuro, que você adora verde e branco, que se irritava com meu excesso de energia, com meu comunismo, com minhas crenças, mas que adora minhas piadas, meu riso fácil. Como eu também adorava ficar entre as panelas e temperos para você. Lembrei da sua cara de fome e satisfação.
Lembrei que eu sinceramente não sei se você tinha o direito de ir embora quando eu disse pra você ficar. Porém me lembrei que eu devo viver, que devo rir muito, porque tudo não passa de uma piada, porque vou voltar a rir de outras coisas que não sejam essas coisas que eu matei tentei matar, que eu não desejo matar, porque me lembrei do seu cheirinho, da sua força, da sua calmaria do seu sorriso de dentes bobos.
Lembrei que tudo vai passar, que as coisas podem melhorar e a gente pode existir, mas também lembrei que esse "a gente" pode nunca mais vir a ser, mas que o mundo não parou porque meu coração se partiu, porque não vou discutir politicamente com você.
Lembrei que as cortinas foram abertas e tudo vai se reconstruir, que tudo pode mudar, poder ser melhor com ou sem você, que eu quero ver você mesmo, que eu quero poder sentir suas mãos (que tem as melhores almofadinhas do mundo).
Lembrei que as pessoas se reinventam, voltam a sorrir, mudam de cidade, de profissão, criam alegrias e voltam a viver. Claro que o convite ainda é seu para essa nova casa, pode trazer as xícaras novas, as poesias roubadas, mas se você não vier, ganho nova poesia, novos livros, novas canções.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
A música
Aquela mesma estrofe da música ficou tocando dentro da minha cabeça, mas eu não estava tremula como normalmente eu fico, meu coração não batia ritmado, nem mesmo conseguia suar, nem mesmo chorar eu conseguia.
Tinahm apenas argumentos sólidos, coerentes saindo da minha boca, passei quarenta minutos ou mais dentro de uma razão desconhecida, arguindo com certo brilhantismo o porque meu posicionamento deveria ser seguido.
A música continuava...
Uns olhos abaixavam e sentiam vergonha, porém os meus sentiram coragem fosse para arrumar as malas e dar adeus a certos planos feitos em segredo. Não me senti acuada ao dar a cartada final, agi com uma coragem que não cultivava a meses, contudo ali em alguns breves segundos algumas pequenas lágrimas escaparam furtivamente, elas não vieram soluçadas, barulhentas, escaparam e molhram o rosto, o meu rosto, a camiseta onde encostei meu rosto pra te dar um abraço e dizer que seria muito mais esperto e corajoso você ficar. daí eu pensava sobre um texto lido na internet, em que um cara pedia para garota ficar, oferecendo tudo que ele tinha, pensei em oferecer, biscoitos, abraços até silêncio, mas foi um pensamento preso.
Maldita música para de tocar!!!!
Como uma reunião ao final, apresentei mais argumentos, não que isso fosse uma discussão politica, mas agi como se fosse, como se eu tivesse que convencer alguém do centro a vir pro lado esquerdo, não politico, o do peito, onde aquele musculo estava ali batendo, com uma paz forjada.
Finalmente abri os portões e você foi embora, ali já não existia mais o que fazer, fui te maldizer, mostrar minha coragem para os outros, contar sobre o ultimato, dizer que eu sobreviveria, mas querendo ouvir dizer que você não ficaria sem mim.
Fui ouvir a música, nem uma lágrima, fui tentar escrever você já tinha atravessado o portão, com passos mansos sem ser notado. Sorri você me agradou, me acalentou, colocou no colo. Todavia, você tinha saído, a zabumba começou a tocar novamente, sai sem rumo, quando voltei você ainda estava lá, com a droga das suas mãos que me rendem.
Você voltou, mas não veio por completo, seu corpo dizia que você estava lá e nunca iria embora, mas sua boca essa, sempre muito racional... Ficamos, estamos, levamos, almoçamos, tocamos, agora estamos, quero muito estar, ficar assim com certeza, sem medo.
A música falava sobre indecisão.
Tinahm apenas argumentos sólidos, coerentes saindo da minha boca, passei quarenta minutos ou mais dentro de uma razão desconhecida, arguindo com certo brilhantismo o porque meu posicionamento deveria ser seguido.
A música continuava...
Uns olhos abaixavam e sentiam vergonha, porém os meus sentiram coragem fosse para arrumar as malas e dar adeus a certos planos feitos em segredo. Não me senti acuada ao dar a cartada final, agi com uma coragem que não cultivava a meses, contudo ali em alguns breves segundos algumas pequenas lágrimas escaparam furtivamente, elas não vieram soluçadas, barulhentas, escaparam e molhram o rosto, o meu rosto, a camiseta onde encostei meu rosto pra te dar um abraço e dizer que seria muito mais esperto e corajoso você ficar. daí eu pensava sobre um texto lido na internet, em que um cara pedia para garota ficar, oferecendo tudo que ele tinha, pensei em oferecer, biscoitos, abraços até silêncio, mas foi um pensamento preso.
Maldita música para de tocar!!!!
Como uma reunião ao final, apresentei mais argumentos, não que isso fosse uma discussão politica, mas agi como se fosse, como se eu tivesse que convencer alguém do centro a vir pro lado esquerdo, não politico, o do peito, onde aquele musculo estava ali batendo, com uma paz forjada.
Finalmente abri os portões e você foi embora, ali já não existia mais o que fazer, fui te maldizer, mostrar minha coragem para os outros, contar sobre o ultimato, dizer que eu sobreviveria, mas querendo ouvir dizer que você não ficaria sem mim.
Fui ouvir a música, nem uma lágrima, fui tentar escrever você já tinha atravessado o portão, com passos mansos sem ser notado. Sorri você me agradou, me acalentou, colocou no colo. Todavia, você tinha saído, a zabumba começou a tocar novamente, sai sem rumo, quando voltei você ainda estava lá, com a droga das suas mãos que me rendem.
Você voltou, mas não veio por completo, seu corpo dizia que você estava lá e nunca iria embora, mas sua boca essa, sempre muito racional... Ficamos, estamos, levamos, almoçamos, tocamos, agora estamos, quero muito estar, ficar assim com certeza, sem medo.
A música falava sobre indecisão.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Passa...
Caixinha de concreto, bem fechadinha, açucar vagabundo grudando nos dentes, quadros velhos, papeis, avisos bilhetes, agendas, cartas de amor escritas pela metade, livros rabiscados, músicas melancolicas. Caixa de concreto de brincar de se esconder, o mundo lá fora nessa semana anda mais estranho que o normal, mais perigoso e também mais triste... o que traz além de tudo isso aquela carencia, aquele nervosismo, o trabalho te faz chorar, o filme te faz chorar, as balas e pirulitos chegam ao fim, vontade de chorar.
Los Hermanos e os tipinhos são a trilha sonora dos dias que pedem muito sono, muito afago, muitos milhares de cigarros, bem acompanhados de boa bebida e devaneios...mas apenas os doces são permitidos.
Confusão em tudo sobre o que vai e o que fica, sobre quem vai e quem fica, sobre a fome, sobre os processos educacionais, sobre a morte que vem assombrando quem deveria ficar mais, sobre os índios injustiçados, sobre as cidades onde morar, sobre carreira, sobre saúde, sobre se sentir só, sobre o estado laico, sobre apego, sobre o cartão, sobre as viagens, sobre definições, sobre perdão, sobre surpresas, sobre rotulos, sobre viagens, sobre como me comportar com você, com o mundo.
A caixinha de concreto lotada com o breve espaço de viver, ursos velhos, livros novos e mofados, roupas que nunca usei, cortinas que não gosto, bandeiras que gostaria de colocar, cama vazia que já foi espaço de amar e que quer ser espaço de amar. Espelho para qual não se olha, telefone que não toca, pesquisa que acumula, mas é na caixinha que me sinto segura.
Semana de confusão. Chega quietude por favor!!!! quietude para alojar tudo nas malas, caminhar, entrar no carro, ter devaneios e escrever no diario, chegar, trocar de quarto, cozinhar, tornar a amar, mas tudo em ritmo lento, amavel, de tranquilidade, sem ter que olhar as grades vazias de céu, sem sono pesado.
Sono bom, de encaixe de lego, cheio de paz, passa semana que não quero ser refém dessa angustia, passa semana, passa angustia que não quero ser refém do tempo, nem de ninguém, passa semana que eu sei que tudo irá se acalmar, meu time terá mais uma vitória, os doces não vão sumir, meus amigos vão melhorar e cama vai ser de novo espaço de amar.
Los Hermanos e os tipinhos são a trilha sonora dos dias que pedem muito sono, muito afago, muitos milhares de cigarros, bem acompanhados de boa bebida e devaneios...mas apenas os doces são permitidos.
Confusão em tudo sobre o que vai e o que fica, sobre quem vai e quem fica, sobre a fome, sobre os processos educacionais, sobre a morte que vem assombrando quem deveria ficar mais, sobre os índios injustiçados, sobre as cidades onde morar, sobre carreira, sobre saúde, sobre se sentir só, sobre o estado laico, sobre apego, sobre o cartão, sobre as viagens, sobre definições, sobre perdão, sobre surpresas, sobre rotulos, sobre viagens, sobre como me comportar com você, com o mundo.
A caixinha de concreto lotada com o breve espaço de viver, ursos velhos, livros novos e mofados, roupas que nunca usei, cortinas que não gosto, bandeiras que gostaria de colocar, cama vazia que já foi espaço de amar e que quer ser espaço de amar. Espelho para qual não se olha, telefone que não toca, pesquisa que acumula, mas é na caixinha que me sinto segura.
Semana de confusão. Chega quietude por favor!!!! quietude para alojar tudo nas malas, caminhar, entrar no carro, ter devaneios e escrever no diario, chegar, trocar de quarto, cozinhar, tornar a amar, mas tudo em ritmo lento, amavel, de tranquilidade, sem ter que olhar as grades vazias de céu, sem sono pesado.
Sono bom, de encaixe de lego, cheio de paz, passa semana que não quero ser refém dessa angustia, passa semana, passa angustia que não quero ser refém do tempo, nem de ninguém, passa semana que eu sei que tudo irá se acalmar, meu time terá mais uma vitória, os doces não vão sumir, meus amigos vão melhorar e cama vai ser de novo espaço de amar.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Ponta dos pés para fazer charme
Atire a primeira pedra quem nunca contrariou o coração, eu os desafio!!!
Estava lendo Paulo Freire e dividindo meus pensamentos entre a educasção repressora e você, mesmo que você não tenha um terço da eloquencia freiriana, nem discuta coisas que fariam diferença no meu futuro, você foi o vencedor, mesmo que você tenha posições mercantis sobre a educação, mesmo que você não seja utopico, mesmo que desvie o olhar ao me admirar passeando pelo quarto nua.
Então eu estava ali, empolgada para dizer que as fotos tinham ficado belas, sorridentes e que eu queria mostrar para todo mundo que eu queria você pra mim. A negativa me deixou chateada e em minha defesa fiz uma piada de mal gosto, piada que emendei com milhões de ofensas, bem estruturadas, com meu melhor português, meus conhecimentos históricos ciêntificos e sociologicos, só para dizer que não me importava, e que aqui não existia uma mulher cosntruída com contos de fadas, aqui residia sim uma mulher de fibra, racional, moderna, que não acredita no amor como posse, uma mulher que nem sequer cre no amor. Mas, sim na ciência, na politica em um mundo melhor, aqui reside uma revolucionária que ignora dramas burgueses.
Passei dos limites aceitaveis, joguei pedras e paus para defender o que de mais bonito eu guardo no porão da minha alma, meu coração, já ferido desconfiado, mas que estava com gostinhos de gostar novamente.
Eu poderia apenas sorrir e fingir, ou me jogar e dizer:
- Ei vamos parando aiii, esse abraço agora se encaixa com o meu e ficaria triste se não fosse minha pecinha de lego......
Mas eu joguei a fruta podre, e fui grosseira, cinco segundos depois arrependida pedi desculpas, ao final com os olhos de choro balbuciei sozinha, eu me importo fica comigo, pra assistir pica-pau, pegar meu copo, me levar par almoçar, para me mandar sentar direito, para discordar de mim, para me abraçar e fazer aquela piada sarcastica, fica, só para eu poder andar nas pontas dos pés tentando fazer charme, fica porque eu simplismente quero que você fique me mandando comer, me falando sobre as maravilhas do sono, pra me olhar no banho, só fica, porque por fim eu admito eu admito eu gosto de você.
Estava lendo Paulo Freire e dividindo meus pensamentos entre a educasção repressora e você, mesmo que você não tenha um terço da eloquencia freiriana, nem discuta coisas que fariam diferença no meu futuro, você foi o vencedor, mesmo que você tenha posições mercantis sobre a educação, mesmo que você não seja utopico, mesmo que desvie o olhar ao me admirar passeando pelo quarto nua.
Então eu estava ali, empolgada para dizer que as fotos tinham ficado belas, sorridentes e que eu queria mostrar para todo mundo que eu queria você pra mim. A negativa me deixou chateada e em minha defesa fiz uma piada de mal gosto, piada que emendei com milhões de ofensas, bem estruturadas, com meu melhor português, meus conhecimentos históricos ciêntificos e sociologicos, só para dizer que não me importava, e que aqui não existia uma mulher cosntruída com contos de fadas, aqui residia sim uma mulher de fibra, racional, moderna, que não acredita no amor como posse, uma mulher que nem sequer cre no amor. Mas, sim na ciência, na politica em um mundo melhor, aqui reside uma revolucionária que ignora dramas burgueses.
Passei dos limites aceitaveis, joguei pedras e paus para defender o que de mais bonito eu guardo no porão da minha alma, meu coração, já ferido desconfiado, mas que estava com gostinhos de gostar novamente.
Eu poderia apenas sorrir e fingir, ou me jogar e dizer:
- Ei vamos parando aiii, esse abraço agora se encaixa com o meu e ficaria triste se não fosse minha pecinha de lego......
Mas eu joguei a fruta podre, e fui grosseira, cinco segundos depois arrependida pedi desculpas, ao final com os olhos de choro balbuciei sozinha, eu me importo fica comigo, pra assistir pica-pau, pegar meu copo, me levar par almoçar, para me mandar sentar direito, para discordar de mim, para me abraçar e fazer aquela piada sarcastica, fica, só para eu poder andar nas pontas dos pés tentando fazer charme, fica porque eu simplismente quero que você fique me mandando comer, me falando sobre as maravilhas do sono, pra me olhar no banho, só fica, porque por fim eu admito eu admito eu gosto de você.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Superlativos
Muito sonolenta, cambaleando horrores, bocejando em demasia, com aquela preguiça sofrível, muitos superlativos naquela manhã, que teve início com a voz de nada mais nada menos do que do adoravel banco que me leva cifras e mais cifras todo mês. Esse parecia um dia de gato de desenho, pancada em cima de pancada.
Resolvida a ter um transcorrer de tempo de silêncio e calmaria, julguei que a filosofia de mão no teto e chão no pé me livraria daquela sensação de efeito de sedativos, momentaneamente me animei, vi os olhos brilhantes de Anita no quintal, as gordurinhas do pescoço do Leon ali sorrindo pra mim. Arrastei meu traseiro de uma cama para outra e passei para a fase musical determinante do dia, a saudosista, adolescente... um cigarro em cima do outro, estômago zerado.
Água caindo morninha, Alcione e seu sufuco ao fundo. Mais algumas tragadas sentada no sol, "Da Janela" a retumbar... passou a vida prática deveria se iniciar, quem tem tempo de se lamentar pelo que nem sabe?
Uma rua, outra rua, muito mal humor, a esplendida cama novamente, como ela é aconchegante, o pacote de balas mágicas da Dona Tereza ao lado, pintar as unhas dos pés de vermelho, para dar vigor, as mãos mereciam atenção.
Ufa, acabou o dia se foi, sexta-feira tem massagem, cerveja, som alto, brincadeira de cozinha, Stella, tem aquela cama novamente. Antes tem aula, poema do Castro Alves com Jorge Ben, discussão de futebol.
E no fim do dia tentando juntar palvras eu descobri o que me levou a tantos superlativos ruins, a ansiedade, da espera, do beijo, do abraço, da cama ocupada, da companhia para cerveja, das pernas entrelaçadas, dos silêncios desconfortaveis e confortaveis.
Resolvida a ter um transcorrer de tempo de silêncio e calmaria, julguei que a filosofia de mão no teto e chão no pé me livraria daquela sensação de efeito de sedativos, momentaneamente me animei, vi os olhos brilhantes de Anita no quintal, as gordurinhas do pescoço do Leon ali sorrindo pra mim. Arrastei meu traseiro de uma cama para outra e passei para a fase musical determinante do dia, a saudosista, adolescente... um cigarro em cima do outro, estômago zerado.
Água caindo morninha, Alcione e seu sufuco ao fundo. Mais algumas tragadas sentada no sol, "Da Janela" a retumbar... passou a vida prática deveria se iniciar, quem tem tempo de se lamentar pelo que nem sabe?
Uma rua, outra rua, muito mal humor, a esplendida cama novamente, como ela é aconchegante, o pacote de balas mágicas da Dona Tereza ao lado, pintar as unhas dos pés de vermelho, para dar vigor, as mãos mereciam atenção.
Ufa, acabou o dia se foi, sexta-feira tem massagem, cerveja, som alto, brincadeira de cozinha, Stella, tem aquela cama novamente. Antes tem aula, poema do Castro Alves com Jorge Ben, discussão de futebol.
E no fim do dia tentando juntar palvras eu descobri o que me levou a tantos superlativos ruins, a ansiedade, da espera, do beijo, do abraço, da cama ocupada, da companhia para cerveja, das pernas entrelaçadas, dos silêncios desconfortaveis e confortaveis.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Quadrinhos, Neruda, Museus e Roças
Em um domingão bem cheio de tédio, já com as orelhas cheias de macarrão, pensando sobre a ausência e a monotonia, me vislumbrei morando em uma casinha no interior, em trabalho moderadamente satisfatório. Quem sabe poderia ter um marido diferente de mim, que pegasse me meus cabelos de vez em quando e me parabenizasse pelas plantas do jardim bem cuidadas. Um grupo de amigas para falar sobre o crescimento dos filhos. Me senti confortável, pensei que essa seria e é para muita gente uma boa escolha, (não pretendo menosprezar a vida de ninguém, cada um é feliz a sua maneira).
Uns dias depois fui inquerida sobre o tal assunto, automaticamente respondi:
- Minha educação teve outro foco, meu objetivo é um Doutorado!
A conversa parecia encerrada, mas a minha mente inquieta e chata deu continuidade a conversa, mais precisamente ao monólogo. Não queria só o título, minha existencia precisava de tanta coisa.
Então enumerei alguns objetivos, iniciei um diário e voltei a escrever cartas, durante algum tempo isso me bastou.
Durante as navegações mundo a fora, conversas de Brahma... tornei ao assunto comigo mesma e conclui. Não poderia viver só com aquele filtro de barro, as plantas no quintal. E meus livros de poesia, meus postais, minhas viagens e os discos e quadrinhos com um bruta cheiro de mofo e as pessoas de outros mundos?
Tem gente que vai dizer você veio no mundo a passeio?
Pois respondo sem medo de errar e vim ao mundo porque sou uma grande xereta, curiosa, intrometida, ciganinha... que gosta de ir de um lugar ao outro fisica ou mentalmente.
Outro dia numa proza muito rápida com minha amiga das unhas dos pés coloridas, disse poxa vida tenho uma queda pela novidade, pelo diferente e acho que você também, deveriamos aprender muitas coisas.... Ela me incentivou a ir.... buscar o que eu quizer
Decidi que vou aprender muitos idiomas (para dar bom dia, ou dizer que gosto, ou para ler obras originais), vou fazer um curso de fotografia, pois captar tudo aquilo é demais e tenho muitas cenas na minha cabeça, vou fazer um curso de culinária para entreter as bocas de quem tenho apreço, vou visitar muitos museus, roças, cachoeiras, países exoticos, praias. Vou aprender a dançar tango, vou estudar a história da música, antropologia, sociologia, vou fazer o doutorado sim!!! vou fazer tudo ao mesmo tempo, vou xeretar por aí, e ainda vou ter uma casa com filtro de barro, plantas, quadrinhos, Neruda, Saramago, Chico, Janis Joplin, Nação, fotografias do Sebastião Salagado, animais, e muita, mais muita história para contar e se ele quizer vir junto, será bem vindo, os lençois e a cama já tem o formato dele, cozinhar e dizer em várias outras línguas o quanto ele me diverte e é quentinho... ele pode vir quando quizer no meu infinito não tão particular ele é aceito no meu ócio, na minha cama de cobertores laranjas...
Eu vou agarrar tudo isso, mas se quizer minha mão está estendida para ele vir junto e me dar um pouco de chão nas nuvens em que vivo...
Uns dias depois fui inquerida sobre o tal assunto, automaticamente respondi:
- Minha educação teve outro foco, meu objetivo é um Doutorado!
A conversa parecia encerrada, mas a minha mente inquieta e chata deu continuidade a conversa, mais precisamente ao monólogo. Não queria só o título, minha existencia precisava de tanta coisa.
Então enumerei alguns objetivos, iniciei um diário e voltei a escrever cartas, durante algum tempo isso me bastou.
Durante as navegações mundo a fora, conversas de Brahma... tornei ao assunto comigo mesma e conclui. Não poderia viver só com aquele filtro de barro, as plantas no quintal. E meus livros de poesia, meus postais, minhas viagens e os discos e quadrinhos com um bruta cheiro de mofo e as pessoas de outros mundos?
Tem gente que vai dizer você veio no mundo a passeio?
Pois respondo sem medo de errar e vim ao mundo porque sou uma grande xereta, curiosa, intrometida, ciganinha... que gosta de ir de um lugar ao outro fisica ou mentalmente.
Outro dia numa proza muito rápida com minha amiga das unhas dos pés coloridas, disse poxa vida tenho uma queda pela novidade, pelo diferente e acho que você também, deveriamos aprender muitas coisas.... Ela me incentivou a ir.... buscar o que eu quizer
Decidi que vou aprender muitos idiomas (para dar bom dia, ou dizer que gosto, ou para ler obras originais), vou fazer um curso de fotografia, pois captar tudo aquilo é demais e tenho muitas cenas na minha cabeça, vou fazer um curso de culinária para entreter as bocas de quem tenho apreço, vou visitar muitos museus, roças, cachoeiras, países exoticos, praias. Vou aprender a dançar tango, vou estudar a história da música, antropologia, sociologia, vou fazer o doutorado sim!!! vou fazer tudo ao mesmo tempo, vou xeretar por aí, e ainda vou ter uma casa com filtro de barro, plantas, quadrinhos, Neruda, Saramago, Chico, Janis Joplin, Nação, fotografias do Sebastião Salagado, animais, e muita, mais muita história para contar e se ele quizer vir junto, será bem vindo, os lençois e a cama já tem o formato dele, cozinhar e dizer em várias outras línguas o quanto ele me diverte e é quentinho... ele pode vir quando quizer no meu infinito não tão particular ele é aceito no meu ócio, na minha cama de cobertores laranjas...
Eu vou agarrar tudo isso, mas se quizer minha mão está estendida para ele vir junto e me dar um pouco de chão nas nuvens em que vivo...
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Carta recebida
Às vezes sinto vergonha de relatar o que está lá escondidinho, uma casca que deve ser mantida é mais importante, todo mundo diz: hei não amolece, se descobrirem irão usar contra você!!
Eu mesma me pego dizendo:
- As relações humanas, são relações de poder, logo se você demosntra alguma fraqueza, será frágil e poderá ser dominado.
Deus como tenho pavor do dominio, não sei se conseguiria viver como sendos refém de algum algoz, seja ele qual for. Fui feita de luz e sombra, de pés livres. Mas, me enxergo como meu próprio algoz, presa em uma rede de posturas necessárias para me manter segura.
Hoje resolvi quebrar os tabus e romper as correntes agir com total incoerência perante meu discurso.
Sei que costumam dizer por aí que pessoas que falam demais são pessimas observadoras, estou aqui para discordar de tal afirmação. É inerente a mim a oralidade, sou uma grande tagarela, que adora dissertar sobre quase todos os assuntos, contudo o fato de quebrar a velocidade da luz enquanto falo, não significa que não sou capaz de olhar cada detalhe ao meu redor, claro que com minha subjetividade, tentando ver tudo com olhares de poemas.
As rotas eram as mesmas uma conhecida de todos os meses que se seguiram nos ultimos meses, outra não visitava a tempos, mas olhar o poema incrustrado nessa rota era outro. Na primeira rota estava preocupada em chegar logo, existe um sabor que queria novamente, um gosto de nutella com pimentas e um algo mais... Já a segunda rota tinha gosto brisa, bem levisinha, os olhares ficaram todos verdes e amaraelos.
Hei as coisas já tinham significado diferente, só estou confessando a mim mesma.
As montanhas que observava não estavam nas janelas, milhas distantes, elas estavam ao alcance dos dedos, como pequenas almofadas que se entrelaçam aos dedos, protegem os finos dedos, na verdade não só as mãos, mas o corpo, se estende aos braços, pernas, ventre, peito...
Senti outros ares as canções soaram diferentes dessa vez, não eram canções de amor, e pouco me importava se não fossem, meus olhos fizeram de tudo poema.
Poema para viver mais, para sorrir mais, para deixar um abraço escapar, para fragilizar.
Eu mesma me pego dizendo:
- As relações humanas, são relações de poder, logo se você demosntra alguma fraqueza, será frágil e poderá ser dominado.
Deus como tenho pavor do dominio, não sei se conseguiria viver como sendos refém de algum algoz, seja ele qual for. Fui feita de luz e sombra, de pés livres. Mas, me enxergo como meu próprio algoz, presa em uma rede de posturas necessárias para me manter segura.
Hoje resolvi quebrar os tabus e romper as correntes agir com total incoerência perante meu discurso.
Sei que costumam dizer por aí que pessoas que falam demais são pessimas observadoras, estou aqui para discordar de tal afirmação. É inerente a mim a oralidade, sou uma grande tagarela, que adora dissertar sobre quase todos os assuntos, contudo o fato de quebrar a velocidade da luz enquanto falo, não significa que não sou capaz de olhar cada detalhe ao meu redor, claro que com minha subjetividade, tentando ver tudo com olhares de poemas.
As rotas eram as mesmas uma conhecida de todos os meses que se seguiram nos ultimos meses, outra não visitava a tempos, mas olhar o poema incrustrado nessa rota era outro. Na primeira rota estava preocupada em chegar logo, existe um sabor que queria novamente, um gosto de nutella com pimentas e um algo mais... Já a segunda rota tinha gosto brisa, bem levisinha, os olhares ficaram todos verdes e amaraelos.
Hei as coisas já tinham significado diferente, só estou confessando a mim mesma.
As montanhas que observava não estavam nas janelas, milhas distantes, elas estavam ao alcance dos dedos, como pequenas almofadas que se entrelaçam aos dedos, protegem os finos dedos, na verdade não só as mãos, mas o corpo, se estende aos braços, pernas, ventre, peito...
Senti outros ares as canções soaram diferentes dessa vez, não eram canções de amor, e pouco me importava se não fossem, meus olhos fizeram de tudo poema.
Poema para viver mais, para sorrir mais, para deixar um abraço escapar, para fragilizar.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Aquela musiquinha
Eu sei que faz um certo tempo que não nos falamos, que de
repente nem a tanto a ser compartilhado, mas aqui olhando uma tarde passar,
ouvindo aquela musiquinha melancólica e saudosa que tem uma sanfoninha, um
toque francês senti saudades das reflexões que fazíamos...
Hoje os pensamentos são dedicados a memória, mais
precisamente a interpretação da memória feita por nós através da fotografia, ou
retrato. Ih!!! a música acabou vou ter que encontrar outra canção que tente
tornar meu coração sensível. Tudo bem Tulipa Ruiz dá conta do recado. Mas,
voltando às fotografias e a memória, que bem sabemos é diferente da história,
contudo uma interpretação do que deixamos de ser do que seremos. Eu tenho um
costume tão bobo de tentar reviver os meus sorrisos capturados com luz e sombra
e sabe que às vezes quando me sinto muito solitária, a fumaça do cigarro e
essas interpretações do tempo me fazem reviver um pouco do que foi.
Acho que realmente é esse o poder da fotografia, tentar
captar, buscar dentro dos olhos apertados pelos sorrisos, tudo que estava sendo
vividos.
Porém, revendo a breve interpretação do vivido (cheio de
personagens) notei que a disposição dos objetos, como aquele par de sapatos a
beira da cama, também me traz um sabor, as cores escolhidas naquele dia,
ninguém pinta os lábios e as unhas de vermelho em vão você bem sabe. Eu tinha
pintado os lábios e as unhas como você me ensinou, ele da um outro ar ao mundo
em volta.
Refleti, revivi, os olhares destinados a espaços, animais,
pessoas e acabei por concluir que por mais que eu tente o desejo de reviver é
inútil, ele vem de uma saudades besta do que passou, habito da profissão quem
sabe?
Confesso que meus olhos ficam maravilhados com tudo que foi
vivido, corrido, em como as histórias se cruzam, se separam, se vão.
Queria agradecer mesmo que faça um certo tempo, por podermos
ter dividido tanto, por aquilo que passou e não pelo devir, agradeço as lições
e retratos constantemente revisitados ao som daquela musiquinha..
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